Confirmada a existência de tubos de plasma acima da atmosfera da Terra

Por mais de seis décadas, cientistas têm especulado sobre a existência de estruturas de plasma em camadas interiores da magnetosfera. Agora, pesquisadores da Austrália criaram imagens 3D desses tubos, provando pela primeira vez que eles são reais.

Os cientistas também acreditam que estes tubos de plasma são a causa de distorções indesejadas no sinal de satélites civis e militares.

• Camada gelada de plasma é detectada sobre a Terra

Sim, há tubos de plasma no céu

A magnetosfera – o campo magnético ao redor da Terra – é inundada com plasma, ou seja, gás ionizado que consiste de íons positivos e elétrons livres em proporções que não produzem carga elétrica.

Este plasma é produzido quando a atmosfera é ionizada por radiação incidente. A camada mais interna da magnetosfera é chamada de ionosfera, e acima dela reside a plasmasfera. Estruturas de plasma assumem uma variedade de formas estranhas dentro destas regiões – incluindo os tubos de plasma agora documentados.

• Incrível chuva de plasma do sol é filmada em detalhes: vídeo

Técnica

A principal autora do estudo, Cleo Loi, estudante de pós-graduação da Escola de Física da Universidade de Sydney (Austrália), foi capaz de visualizar estes tubos mapeando grandes pedaços do céu com o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA, na sigla em inglês), no deserto australiano.

“Nós medimos sua posição como sendo cerca de 600 quilômetros acima do solo, na ionosfera superior. [Os tubos] parecem continuar para cima na plasmasfera, em torno de onde a atmosfera neutra termina, fazendo a transição para o plasma do espaço exterior”, explica Loi.

• Foto: um buraco negro emitindo jatos de plasma

A pesquisadora encontrou um padrão impressionante no céu, com listras de plasma de alta densidade se alternando ordenadamente com listras de plasma de baixa densidade. Este padrão sintoniza lindamente com as linhas do campo magnético da Terra, como auroras.

Loi foi agraciada com o Prêmio Bok da Sociedade Astronômica da Austrália em 2015, por

seu trabalho exemplar.