Ao combinar observações da sonda Cassini da NASA com experimentos de laboratório, astrônomos afirmam que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter é basicamente uma queimadura solar. Essa cor avermelhada seria um produto de substâncias químicas simples sendo quebradas pela luz solar na atmosfera superior do planeta.
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Tão amplo quanto duas Terras, o famoso local é uma característica antiga e semelhante a um ciclone, localizada na atmosfera de Júpiter. Três camadas de nuvens principais ocupam altitudes específicas nos céus de Júpiter: da mais alta para a mais baixa, são elas: de amônia, de hidrossulfeto de amônio e de água. Uma das principais teorias para cores marcantes do local argumenta que os produtos químicos avermelhados estão vindo de debaixo de todas essas nuvens. De acordo com essa teoria, a Grande Mancha Vermelha seria um rubor, ao invés de uma queimadura solar.
Contudo, uma equipe liderada por Kevin Baines, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, estava decidida a determinar se a cor da mancha poderia derivar da quebra do hidrossulfeto de amônio (a camada de nuvens do meio) induzida pelo sol, mas eles rapidamente descobriram que, em vez de uma cor vermelha, os produtos de sua experiência de laboratório tinha um tom verde vibrante.
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Então, a equipe decidiu explodir amônia (a camada de nuvens superior) e gases acetilenos – hidrocarbonetos comuns nas altitudes elevadas de Júpiter – com luz ultravioleta. Isso simula os efeitos do sol em alturas extremas de nuvens na Grande Mancha Vermelha. O resultado foi um material avermelhado, que a equipe, em seguida, comparou com as observações do Espectômetro de Mapeamente Visível e de Infravermelho (VIMS) da Cassini durante seu voo de dezembro 2000 sobre Júpiter. As propriedades de dispersão da luz de sua mistura vermelha encontrada no laboratório se encaixavam muito bem com um modelo do local no qual o material de cor vermelha se limita aos alcances superiores.
“Nossos modelos sugerem que a maior parte da Grande Mancha Vermelha é de uma cor bastante sem graça, abaixo da camada de nuvem superior de material avermelhado”, disse Baines em um comunicado à imprensa. “Sob a ‘queimadura’ avermelhada as nuvens são provavelmente esbranquiçadas ou acinzentadas”.
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Considerar que o agente de coloração está confinado ao topo das nuvens contradiz a teoria prevalecente, que diz que a cor vermelha se deve à ressurgência de químicos formados profundamente abaixo das camadas de nuvens visíveis. Se o material vermelho estivesse vindo de baixo, ele deveria estar presente em outras altitudes, explicam os cientistas, o que tornaria a mancha ainda mais vermelha.
Segundo a equipe, altitude explica porque o vermelho intenso só é visto no local (e talvez em alguns outros pontos menores). “A Grande Mancha Vermelha é extremamente alta”, conta Baines. “Ela atinge altitudes muito maiores do que nuvens em outros lugares de Júpiter”. A grande altitude do local permite (e aumenta) a vermelhidão. Seus ventos transportam partículas de gelo de amônia para o alto da atmosfera, onde elas estão expostas a muito mais luz ultravioleta do sol e a natureza de vórtice do local evita que as partículas escapem das nuvens superiores. Os laranjas e marrons são graças a nuvens altas e finas, através das quais nós conseguimos ver as profundezas da atmosfera onde existem substâncias mais coloridas.
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