domingo, 5 de julho de 2015

A prova de que estrelas realmente explodem como supernovas

É fácil imaginar o universo como um mar infinito de estrelas, mas essa é uma perspectiva tendenciosa. Se pudéssemos dar um zoom para muito longe, veríamos aglomerados cósmicos brilhantes como a nossa Via Láctea e, entre eles, inimagináveis vastas extensões de espaço intergaláctico vazio.

Um grande nada?

Bem, não completamente vazio: às vezes, uma estrela resolve se desligar para passear nesse vazio intergaláctico. Tipo uma adolescente que resolve sair de casa.
Isso, pelo menos, é o que parece ter acontecido com três supernovas fotografadas pelo Telescópio Espacial Hubble há vários anos, e analisadas por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. Exiladas das galáxias que as deram origem, estas estrelas desgarradas passaram a viver em uma escuridão inimaginável, antes de finalmente explodirem em pedacinhos.
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De acordo com a astrônoma da Universidade de Berkeley e autora principal do estudo, Melissa Graham, essas imagens são a melhor evidência até agora de que as estrelas que se “emancipam” de suas galáxias realmente explodem como supernovas.
O estudo também confirmou que as supernovas que não possuem uma galáxia, e são espécies de “sem-teto galácticas”, podem ser usadas para rastrear populações de estrelas aglomeradas – o que é importante para descobrir aglomerados ainda mais distantes da Terra.
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Para o alto e além

Enquanto estrelas tipicamente vivem suas vidas dentro de uma única galáxia, de vez em quando, uma perturbação gravitacional pode arrancar um corpo estelar de sua órbita normal a uma velocidade vertiginosa.
Este processo parece atingir até 15% das estrelas dentro de grandes aglomerados de galáxias. Na maioria dos casos, as estrelas deslocadas permanecem gravitacionalmente ligadas ao aglomerado como um todo, mas espalhadas por todo o sertão cósmico.
Em densidades de cerca de um milionésimo do que vemos da Terra, estas estrelas andarilhas são muito fracas para os astrônomos observarem até o ponto em que explodem no final de suas vidas.
Os cientistas por trás do estudo recente estão agora vasculhando ainda mais a fundo as vísceras intergalácticas estelares, a fim de começar um censo de populações nômades cósmicas “invisíveis”.
Como elas são obviamente raras, estas estrelas solitárias oferecem importantes insights sobre a formação e evolução de aglomerados de galáxias em todo o universo.

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